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“É paralisante, uma doença que você não acredita que tenha essa magnitude”, diz paciente com herpes zoster

Popularmente chamada de cobreiro, a doença é causada pelo mesmo vírus da catapora e acomete especialmente pessoas com mais de 50 anos e também indivíduos i...

“É paralisante, uma doença que você não acredita que tenha essa magnitude”,
diz paciente com herpes zoster
“É paralisante, uma doença que você não acredita que tenha essa magnitude”, diz paciente com herpes zoster (Foto: Reprodução)

Popularmente chamada de cobreiro, a doença é causada pelo mesmo vírus da catapora e acomete especialmente pessoas com mais de 50 anos e também indivíduos imunocomprometidos, mesmo mais jovens, como pacientes oncológicos, pessoas vivendo com HIV, que realizaram transplantes ou fazem uso de medicamentos imunossupressores Divulgação A memória marcante de um episódio familiar vivenciado na infância fez com que a produtora de eventos Gisele Carvalho, 54 anos, de Cotia, São Paulo, não tivesse dúvidas diante dos sintomas que começou a sentir em dezembro de 2022. Uma vermelhidão nas costas, acompanhada de coceira e desconforto, que rapidamente evoluiu para pequenas bolhas e uma dor lancinante, lembrava em tudo a doença que é popularmente conhecida como “cobreiro”1,2. O diagnóstico do herpes zoster foi confirmado para Gisele na consulta ao médico. Trata- se de uma doença causada pelo vírus varicela zoster, o mesmo responsável por provocar a catapora1. “No fim do terceiro dia (de sintomas) fui no hospital sem respirar, muito assustada. A dor era generalizada, a área afetada já estava maior e o médico na hora identificou que era herpes zoster e me passou uma pancada de remédios”, acrescenta. Lesões, coceira e dor extrema A descrição de Gisele resume bem a apresentação da doença, que pode se manifestar como uma erupção cutânea unilateral, em pequenas bolhas que acompanham o trajeto de um nervo e que podem surgir em qualquer parte do corpo, mas são mais frequentes no tórax, na região cervical e na face. As lesões podem provocar uma dor extrema e incapacitante, que é frequentemente descrita pelos pacientes como latejante ou cortante, além de ardor e coceira, sensação de queimadura, formigamento e agulhadas1,2. “Eu sentia pequenos choquezinhos quando encostava. Parecia que estava entrando uma faca no meio das minhas costas. A dor irradiava, não parava nunca, era uma dor nos nervos. É paralisante, uma doença que você não acredita que tenha essa magnitude”, descreve a produtora. Mais comum em imunocomprometidos e pessoas acima de 50 anos1,2 O primeiro contato com o vírus costuma acontecer ainda na infância quando a pessoa tem catapora, e, a partir de então, ele pode permanecer latente no corpo durante décadas, até ser reativado e se manifestar novamente, desta vez como herpes zoster1,2. O enfraquecimento natural do sistema imune, causado pelo envelhecimento, pelo uso de medicamentos imunossupressores ou por outras condições, como estresse, pode fazer com que o vírus tenha mais chance de se manifestar1,2. “O ardor é constante” “Quanto tempo dura?” Essa foi a primeira pergunta que Maurício Machado, empresário de 66 anos, de São Paulo, capital paulista, fez ainda na triagem de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) ao ser informado de que estava com herpes zoster. “Me disseram que não era pouco”, lembra ele, um ano e quatro meses depois do diagnóstico, atestado em agosto de 2023. “Eu não tinha conhecimento do que era. Fiquei chocado. Ele (o médico da UBS) me deu remédios potentes para a dor que ele disse que viria. Eu ainda não tinha dor naquele dia, sentia um desconforto, um ardor, e não lembrava de ter raspado, batido, nada. Mas passou a doer na noite seguinte em que fui à UBS. E aí vieram dores nevrálgicas”, conta o empresário. Maurício convive com o herpes zoster e suas consequências diariamente. “Os sintomas mais agudos duraram de três a quatro meses, com pontadas seriadas que duravam cinco, dez minutos. Hoje, os ataques duram menos, mas são violentos da mesma forma, sem hora para acontecer e em menor espaçamento de tempo. O ardor é constante e diário,”. Sequelas e impactos no dia a dia A neuralgia pós-herpética é a sequela mais comum do herpes zoster e pode acometer até 30% dos pacientes com a doença2,4. É caracterizada pela dor que persiste por mais de 90 dias na área onde a erupção cutânea ocorreu, pode durar meses e algumas vezes mais de um ano.2,4 “A qualidade de vida de pacientes com neuralgia pós-herpética pode ficar comprometida, com interferências na rotina e nos relacionamentos, já que a condição pode ser incapacitante, e boa parte dos pacientes não respondem bem ao tratamento. Por isso a importância da prevenção.”3,4, afirma o infectologista Jessé Alves (CRM-SP 71991), gerente médico da GSK. A aposentada Rita Christina Marinho Grisotto, 64 anos, de Itu, no interior de São Paulo, diz que a doença manifestada em 2021 até hoje impacta sua vida. “Minha pele é muito sensível. Não posso encostar qualquer tecido porque, principalmente nas costas e na lateral das costelas, incomoda. A sensibilidade é extrema. Roupa de cama, tem que ser lençol de puro algodão. Se fizer uma dobrinha, já é suficiente para incomodar”, relata. “A dor é como se fosse algo me cutucando todos os dias, tem uns piores e outros melhores. Se eu passar um aspirador na casa, dói mais, conforme as atividades que eu faço. No calor, o suor incomoda, arde a pele. Mudou tudo na minha vida, não tenho mais tanta disposição como antes”, continua, mas com uma ponderação positiva: “Eu gosto de pensar que estou melhorando. Já foi bem pior. Hoje, consigo suportar mais a dor". Prevenção e tratamento O herpes zoster é uma doença prevenível por vacinação, por isso, é importante procurar um especialista o quanto antes.5,6 “Aos primeiros sinais da doença, procure orientação médica. O tratamento deve ser iniciado o mais precocemente possível e, de preferência, dentro de 72 horas após o início dos sintomas, o que tem mais chances de garantir o melhor resultado terapêutico e prognóstico 2,7, ressalta o infectologista Jessé Alves. Referências: 1. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Herpes (cobreiro). Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/h/herpes. Acesso em: 16 jul. 2024. 2. CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Prevention of herpes zoster: recommendations of the Advisory Committee on Immunization Practices (ACIP). MMWR, v. 57, RR-5, p. 1-30, 2008. 3. LUKAS, K.et al. The impact of herpes zoster and post-herpetic neuralgia on quality of life: patient-reported outcomes in six European countries. J Public Health, 20:441- 451, 2012 4. KAWAI, K.; GEBREMESKEL, B. G.; ACOSTA, C. J. Systematic review of incidence and complications of herpes zoster: Towards a global perspective. BMJ Open, v. 4, n. 6, 2014. 5. CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Shingles vaccines. Disponível em: https://www.cdc.gov/shingles/vaccines/index.html. Acesso em: 27 nov. 2024. 6. SOCIEDADE BRASILEIRA DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA. Geriatria: guia de vacinação. Disponível em: . Acesso em: 5 out. 2024. 7. DWORKIN, R. H. et al. Recommendations for the Management of Herpes Zoster. Clinical Infectious Diseases, v. 44, n. Supplement_1, p. S1–S26, 1 jan. 2007. Material destinado ao publico em geral. Consulte seu médico. NP-BR-HZU-BRF- 240036 – Dezembro/2024