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Morre idoso do ES que fez o próprio caixão e escolheu detalhes do ritual da despedida

Morreu aos 98 anos, o capixaba Anisio Lordes, conhecido em todo o Espírito Santo por ter construído o próprio caixão e idealizado cada detalhe do ritual de ...

Morre idoso do ES que fez o próprio caixão e escolheu detalhes do ritual da despedida
Morre idoso do ES que fez o próprio caixão e escolheu detalhes do ritual da despedida (Foto: Reprodução)

Morreu aos 98 anos, o capixaba Anisio Lordes, conhecido em todo o Espírito Santo por ter construído o próprio caixão e idealizado cada detalhe do ritual de despedida. Figura querida na cidade, ele faleceu por causas naturais, em casa. O sepultamento está marcado para as 10h30 deste sábado (20), no cemitério de Itapina, distrito de Colatina, no Noroeste do Espírito Santo. Devoto, artesão e com uma relação serena com a morte, seu Anisio ganhou notoriedade após participar duas vezes do programa Em Movimento, da TV Gazeta. Na época, chamou a atenção ao contar que havia decidido construir o próprio caixão como parte de um ritual pensado por ele mesmo, incluindo músicas gravadas com a própria voz para serem tocadas no velório, o terno escolhido por ele e até o local exato onde gostaria de ser sepultado. A ideia do caixão surgiu em 2019, durante uma noite de oração. “Veio na minha mente e eu pensei de fazer”, contou à equipe do programa. Em apenas cinco dias, Anisio construiu o caixão utilizando canudinhos feitos de jornal, em um trabalho artesanal que simbolizava sua fé e sua forma singular de encarar a finitude da vida. No entanto, o desejo de ser sepultado no próprio caixão não poderá ser realizado. Com o passar do tempo, a estrutura de papel se desgastou, foi corroída e acabou inutilizada. Mesmo assim, a família entende o gesto como parte do legado simbólico deixado por ele. A sobrinha, Elizabeth Lordes, contou que a família está conformada com a partida. “Ele viveu do jeito que quis. Era muito querido, todo mundo na cidade gostava dele. Uma pessoa devota, que trabalhava com artes e espalhava carinho por onde passava”, disse Elizabth.