Servidoras são indiciadas por negligência em caso de criança que morreu após ser agredida em escola, no ES
Servidoras vão responder por morte de aluno em Ibatiba Um no após a morte do estudante Luiz Fernando de Souza Verli, 10 anos, agredido dentro de uma escola mu...
Servidoras vão responder por morte de aluno em Ibatiba Um no após a morte do estudante Luiz Fernando de Souza Verli, 10 anos, agredido dentro de uma escola municipal de Ibatiba, no Sul do Espírito Santo, em dezembro de 2024, três funcionárias vão responder por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Segundo a Polícia Civil, houve negligência por parte das mulheres. Além disso, a escola não comunicou a família da vítima sobre a agressão que ocorreu dentro da unidade. O menino morreu em decorrência de sepse generalizada. 📲 Clique aqui para seguir o canal do g1 ES no WhatsApp Entre as servidoras, duas são da área da Saúde e uma da Educação. A denúncia foi encaminhada ao Ministério Público do Espírito Santo (MPES). A mãe do menino, Adriana Verli, comentou que a conclusão da investigação traz alívio para a família. "Tudo que a gente vai fazer eu já lembro dele. As coisas, o aniversário dele, as comidas gostosas que ele comia... Por mais que a justiça seja feita, não tem como trazer meu filho de volta. Mas só da gente saber que a justiça vai ser feita, já dá uma aliviada boa pra gente", comentou. Luiz Fernando de Souza Verli, de 10 anos, morreu após ser agredido por familiares em Ibatiba, no Sul do Espírito Santo Reprodução TV Gazeta LEIA TAMBÉM: COMANDO DO JUDICIÁRIO: Conheça a 1ª mulher a tomar posse como presidente do Tribunal de Justiça do ES em 134 anos PREVISÃO DO TEMPO: Alerta prevê pancadas de chuva com trovoadas no ES PERÍCIA ACIONADA: Mulher invade igreja e destrói imagens religiosas em Vitória O g1 não conseguiu contato com a defesa das indiciadas. A Prefeitura de Ibatiba disse que realiza palestras sobre bullying e estabelece comunicação constante com os estudantes e familiares sobre as regras de convivência e comportamento. O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio da Promotoria de Justiça de Ibatiba, informou que adotará todas as medidas necessárias após análise integral do inquérito policial. Investigação De acordo com a Polícia Civil, imagens de câmeras, documentos médicos e depoimentos de servidores municipais e demais investigados foram analisados. "Até então, a gente nem tem nome de quem vai ser punido. A expectativa é muito grande. A gente fica naquela ansiedade esperando chegar esse momento, pra tudo terminar logo, e a pessoa pagar o que tem que pagar", disse a mãe. A polícia relatou que a família chegou a levar o menino ao pronto-socorro de Ibatiba três vezes após ele relatar dores. Nas duas primeiras vezes, ele recebeu medicação e foi liberado. Luiz Fernando de Souza Verli, de 10 anos, morreu após agressão dentro de escola em Ibatiba, Espírito Santo Reprodução/TV Gazeta Só na terceira, depois de muita insistência da mãe, fizeram um exame de imagem. Luiz Fernando estava com as vértebras da coluna quebradas. Ele foi levado para um hospital em Vitória e morreu no dia seguinte, por causa de uma infecção generalizada. O inquérito relatou ainda que antes da agressão, Luiz Fernando já apresentava um histórico de sintomas que exigiam cuidado, como convulsões, anemia e crises de choro. A criança também tinha uma mancha no olho e, por causa disso, era alvo de bullying dos colegas. O dia da briga A cronologia feita pela polícia é de que no dia 9 de dezembro de 2024, por volta do meio-dia, Luiz se envolveu em uma briga com outras duas crianças. Mesmo sem machucados aparentes, ele ficou sonolento e abatido na última aula. "Nunca me falaram nada da briga, eu fiquei sabendo da briga na hora que ele chegou em casa, que ele chegou contando que os meninos tinham batido muito nele, só que não tinha marca de roxo do lado de fora, mas machucou por dentro, né? Ele ficou do horário do almoço até 14h10 no colégio sentindo dor e ninguém me avisou nada", contou a mãe. EMEF Eunice Pereira Silveira em Ibatiba, no Sul do Espírito Santo Reprodução/TV Gazeta Na parte da tarde do mesmo dia, ele e a irmã de 8 anos foram liberados da escola e seguiram sozinhos para casa. À noite, o menino começou a reclamar de dores nas costas e foi levado pelos pais ao pronto-socorro, onde foi medicado e liberado. Os sintomas prosseguiram e a família retornou à unidade já durante a madrugada (10), porém Luiz Fernando foi liberado novamente sem fazer exames. Apenas na manhã seguinte (11), na terceira tentativa de atendimento, foram realizados exames que mostraram fraturas na coluna e manchas na barriga do menino. Ele foi transferido para o Hospital Infantil de Vitória, e só então o caso foi comunicado ao Conselho Tutelar. Luiz Fernando não resistiu e morreu no dia seguinte (12), com dificuldades para respirar, infecção grave generalizada, falência de vários órgãos, falhas nos rins, pneumonia e problemas no sangue. VÍDEOS: tudo sobre o Espírito Santo Veja o plantão de últimas notícias do g1 Espírito Santo